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7 de março de 2016
o filho mais novo
Tenho observado o nosso mais novo, não é coisa de agora, claro, estou sempre a olhar para os meus filhos e reconhecer-lhes as qualidades e os defeitos... Olho para o pequeno e parece-me que ainda tem ar de bebé, é gordo, fofo, tem pés e mãos fofas, bochechas, barriga e pernocas balofinhas. Recordo-me bem de achar a irmã bem mais crescida com a mesma idade. Ela falava melhor, desenhava melhor e por ser magrinha parecia ser mais menina, mais crescida por assim dizer. Realmente não ter um termo de comparação faz-nos ver as coisas de maneira diferente. No mais novo, tudo parece tardar em acontecer, ou se calhar sou mesmo eu que o quero conservar assim, queridinho e bebé. Logo ele que chora taaaaaanto, desde sempre e se calhar ainda o levo à porta do liceu e deixo-o a lacrimejar já mais alto do que eu; chora este meu bebé crescido. Daqui a menos de seis meses faz quatro anos e estou assumidamente em negação, é isto, não quero nada disto a acontecer!!!
Embora ele tenha assim um ar de bebé, a sua maneira de ser começa realmente a ser mais complexa. É muito persistente, argumenta, não se deixa ficar, é um chato, bem mais chato do que a irmã, chora como se o mundo fosse acabar quando é contrariado, a vida dele é um carrossel dramático. Mas por outro lado é muito afectuoso, gosta de estar sentado colado a nós, de mãos dadas. Gosta de histórias deitado na cama, todos os dias nos pede para comer no nosso colo, uma melga e mais uma vez tão diferente da irmã.
A par destas características que fazem a sua personalidade não tenho lidado muito bem com o sentimento de culpa que se vai apoderando de mim. Ter uma irmã mais velha, que está a iniciar a escola e que precisa de uma atenção mais cuidada, tenho dado conta que lhe estou a dever um pouco mais de mim. Por norma vou buscá-la e vimos as duas para casa para fazer os TPCs em silêncio, caso contrário é um castigo. Se por um lado estou sentada com ela a tentar que fique concentrada, por outro, tenho o pequenito a ser enxotado, a ser entretido pela TV e depois há o jantar, os banhos, toda uma rotina que cai sobre o nosso fim de tarde como uma avalanche e que não deixa sobrar tempo para calmas e isso é muito angustiante. São raros os momentos em que me posso sentar calmamente com ele só para estarmos os dois de mãos dadas, coisa que ele adora, ou para ele me contar dos amiguinhos da escola e dos super heróis...
O filho mais novo "perde" muito em relação ao mais velho, desde o momento zero jamais terá a atenção e a dedicação dos pais que teve o filho único, o mais velho. Claro que por não ser filho único, o filho mais novo nunca conhecerá outra realidade e se calhar também irá desenvolver características próprias dessa condição... É realmente com pena que o vejo crescer tão depressa e que por vezes sinta que não estou a acompanhar o ritmo, mas a vida com filhos é mesmo assim, adaptar e aceitar sempre que possível.
Ter dois filhos deve ser sinônimo disso mesmo, ter sempre a sensação que o mais velho, com aquela mesma idade, era mais crescido! Eu também tenho essa sensação! Quando me ponho a pensar acho sempre que a M. é mais bebecas que o irmão era com 3 anos. O que é certo é que ela fala mais claro que ele e já não usa fralda de noite desde que tinha 2 anos! Está a crescer a olhos vistos e eu sei que vou ter umas saudades doidas destas fases, ainda que, às vezes, me deixem à beira de um ataque de nervos! :-)
ResponderEliminarBeijinhos
Sugestao: tarde do filho "único". Em conjunto escolheriam uma tarde por semana (ou de 15 em 15 dias) e nessas horas estavam focados e sempre poderiam colmatar um bocadinho toda a agitacao em torno de uma família de quatro.
ResponderEliminarBoa semana
acho que a opção "dia/tarde/almoço do filho único" começa a ganhar terreno ;)
ResponderEliminarbjs
Olá, sou mãe de 2. Um de 13 outro de 3. Se por um lado o mais pequeno nao tem a atenção que o mais velho teve. O mais velho desde que o irmão nasceu pouca ou nenhuma tem.
ResponderEliminarJá tentei fazer a tarde do filho único e tanto um como o outro não se cansam de falar/pedir pelo mano :)
Um tema muito pertinente. Compreendo perfeitamente o que deves estar a sentir/passar e sempre que penso na vida de um segundo filho, dou por mim a pensar assim... as mesmas preocupações, as mesmas sensações... Mas a vida é assim mesmo e não nos podemos martirizar por não conseguirmos fazer mais ou melhor, porque no fundo estamos sempre a dar o nosso melhor e a tentar que seja o melhor para eles.
ResponderEliminarEu sou a irmã mais velha lá de casa. a minha irmã tem quase menos 9 anos que eu. Quando ela nasceu eu ia para a 3ª classe e ela foi um bebé "difícil". Sinceramente só me lembro que chorava muito, que era difícil dormir naquela casa, que os meus pais andavam exaustos... mas não me lembro de sentir que tinha pouca atenção. Acho que isso não me marcou. Mas isto é a visão da filha...porque provavelmente na altura os meus pais sentiram o que tu estás a sentir agora.
Não te martirizes, estás a ser uma boa mãe ;)!
Bjs para os 4
os filhos mais novos não tem uma atenção tão exclusiva, é o primeiro filho que nos faz nascer como pais... mas crescem com irmãos que lhes abrem a porta do mundo, lhes servem muitas vezes de referencia direta, ficam com um medidador que tambem os acompanha, os irmãos funcionam muitas vezes de ponte entre os pais e os mais novos....e ganham uma coisa preciosa que o primeiro filho não tem porque cresce num cerco apertado de novidades....porque os pais fazem tudo pela primeira vez deixam-nos respirar pior....os mais novos ganham algum relaxamento, alguma relativização que tambem faz bem para crescer!
ResponderEliminarDesde que tenho 2 sinto isso também, que a mais nova, coitada, é um bebé a dividir atenções com a mais velha e gerir as vontades das 2 é dose, tudo é prioritário!!! Esta minha Ana, por um lado tem sorte porque a mãe é a tempo inteiro por muito tempo, mas estando as 2, às vezes só me apetece sair de casa e fechar a porta. Os 3 primeiros meses foi o pior, porque os horários da Ana ainda estavam a se definir e porque ela à noite sofria do stress dos bebés (precisa muito de mim e de calma). Mas tudo se orienta, adoram-se as manas (também acho que a Ana apesar de tudo está a ficar rija e a Sara muito generosa para a irmã, compreende que tenho às vezes de lhe dar mesmo atenção).
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