17 de outubro de 2016

Sair ou fazer os TPCs?


Acho que todos os dias vejo uma notícia ou um artigo sobre a questão dos trabalhos de casa, se são muitos, se são inexistentes, se há ou não proveito efetivo em fazê-los... Daquilo que é a nossa experiência, achamos que são um bom indicador daquilo que as crianças andam a aprender nas aulas, mas quando são demasiados ou quando são "parvos*", aí o resultado é muito mau. Imagino que muita gente já terá passado pela experiência de gritar com os filhos ou de os apressar para conseguirem fazer tudo para que possam brincar ou para fazer outras tarefas tipo tomar banho ou jantar!


Volto a frisar que a nossa experiência de TPC é boa, nem muitos nem poucos e com folgas durante a semana. Agora no segundo ano, a nossa filha começa (finalmente) a ver a grande vantagem de fazer as coisas depressa, pode brincar ou fazer o que lhe der na real gana, para além de desfrutar das suas atividades extra-curriculares com a mente descansada. Os trabalhos dos fins-de-semana são feitos quase sempre à sexta-feira e depois o sábado e domingo são dedicados ao ócio.


Ainda recordando o fim-de-semana em que fomos a Sintra, informei a professora da possibilidade dos TPCs não ficarem todos feitos. Avisei que íamos viajar em família, visitar museus e que a minha filha faria o que conseguisse e que depois recuperava durante a semana seguinte. E assim foi, calhou de nesse fim-de-semana ela ter de fazer um pouco mais do que o habitual e deixou uma parte por acabar. A professora não se incomodou, pelo contrário.


Durante as nossas visitas tivemos imensos momentos em que as crianças andaram a estudar, conversaram muito entre si, as mais velhas sempre juntas e os mais pequenos também sempre um com o outro. Cada um com o seu mapa que fizeram sempre questão de ter, um para cada um, nem fomos nós que impingimos. De vez em quando lá tiravam uma ou outra dúvida mas faziam as leituras à sua maneira e dava gosto ver. As mais velhas adoraram o Palácio da Pena, ficaram com uma ideia real de como era a vida no tempo da monarquia, tudo era espetacular, as loiças, o papel de parede, as talhas, as legendas eram lidas com interesse e para nós foi mesmo gratificante ver que não estavam a apanhar seca, que é algo que por vezes se pode pensar de um museu deste género. Porque não é interativo, porque não é moderno, porque retrata um tempo tão desfasado, mas na verdade as crianças gostam de imaginar outras eras, e para compreender o presente têm necessariamente de ir ao passado (pelo menos eu acho que sim).


Tudo isto para dizer o quê? Digo então que na nossa opinião e experiência, vale a pena sacrificar o dever escolar para desfrutar de tempo em família de qualidade e acho também que se devem conversar estas questões com os professores. Não fazer os deveres não significa necessariamente desleixo ou desinteresse, muito pelo contrário, acho que é uma boa oportunidade para explicar tanto ao professor como ao aluno a vantagem que é fazer opções e que as mesmas se traduzam em outras aprendizagens. Porque não?








** por trabalhos "parvos" entendo aqueles deveres que a criança não aprende nada, que são atribuídos nem sei bem porquê, serão só para manter a criança mais um pouco presa a uma cadeira? Temos pouco disso por cá, mas reconheço que há exercícios bem mais importantes e formativos do que outros...

2 comentários:

  1. Gostei bastante do post, acho que é muito interessante.
    Gostava apenas de partilhar uma pequena saída que tivemos em família.
    Umas semanas antes da páscoa, contamos a história de Pedro e Inês cá em casa e a Lia (mais velha) ficou tão fascinada que lhe prometemos leva-la ao mosteiro de Alcobaça. Aproveitando os dias de folga da páscoa, decidimos ir até Lisboa com uma paragem por Alcobaça, quando entramos não pudemos ir ver as túmulos porque a missa de sexta feira santa já tinha começado, andamos pelo mosteiro e quando acabamos a visita ainda aguardamos 1 hora fora do mosteiro para podermos entrar e ver os 2 túmulos. Ficou bastante contente, é de referir que tinha apenas 5 anos. Por isso sim também concordo trabalhos de casa, mas quando há saídas "educativas" também se podem deixar de lado por uns tempos.
    Obrigada por partilhar opiniões e ideias pessoais, com as quais me identifico bastante.

    Suzana

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  2. Vale sempre a pena!! Obrigada pela partilha :)
    bjs*

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