Hoje ela faz 5 anos e meio, o meu primeiro bebé, como é que chegámos até aqui? Que rapidez! Os dias passaram tão rápido desde o dia em que ela nasceu que sinceramente, quase nem demos por isso. A partir de hoje ela vai oficialmente "a caminho dos seis", já não podemos dizer que "fez cinco", não... agora dizemos "ela vai fazer seis em agosto" e de seguida vai para a escola primária.
Com cinco anos e meio está muito astuta embora nos engane com o seu ar aluado. Ouve o que se passa, mas não olha, passa por nós sempre a correr e a saltar, continua a gostar dos seus momentos de silêncio, a sós consigo mesma, mas gosta muito de chamar o irmão e fazerem corridas juntos, enfiarem-se no roupeiro e cantar o "brilha brilha estrelinha" aos berros, de preferência.
Adoro sair com ela, independente do sítio onde vamos, tenho de responder a inúmeras perguntas sobre o que estamos a ver, comprar ou seja o que for, é sempre muito bom e ela porta-se lindamente em todos os sítios.
Durante a semana começa a ser difícil tirá-la da cama, mas ao fim-de-semana nem por isso. Sinto-lhe aquela eletricidade nos olhos que me diz que quer fazer coisas, desde fazer bonecas de papel, ou andar de bicicleta, ver bonecos a tarde toda enrolada na manta com os peluches mais queridos. Adora fazer bolos comigo e rapar as colheres, taças e demais utensílios, sobretudo se a massa for de chocolate!
Começa também a perguntar-nos sobre coisas do passado, sobre as férias no Algarve, ou quando fomos à neve e ficámos num hotel, o zoológico ou o oceanário, que temos de voltar e mostrar tudo ao Vasquinho! Cada dia ela demonstra mais prazer em ser a mana mais velha, guia o irmão, explica-lhe que o dia é diferente da noite, conta-lhe histórias e ele também se diverte em ser o irmão mais novo...
Iniciámos agora uma espécie de count-down para o fim dos dias descontraídos, sem trabalhos de casa, sem horários, com a possíbilidade de não ir à escola porque dormiu menos do que seria suposto. Se por um lado tenho pena do fim da "primeira infância", também vejo com entusiasmo a chegada da nova fase, vê-la descobrir o mundo lendo tudo o que está disponível, perceber melhor o que se passa à sua volta, tomar decisões e lidar com as frustrações próprias de quem está a ser avaliado ou julgado pelos seus pares.
Desde que os seus olhos continuem a sorrir, por mim, está tudo bem, que não preciso de mais nada.
Mas são cinco anos e meio...