24 de abril de 2017

Capacetes em casa JÁ!


No passado sábado tivemos uma tarde em cheio, andámos cerca de 10km com os miúdos de bicicleta. Fomos os quatro, cada um na sua bike e demos uma volta grande pela cidade, mais uma vez os miúdos portaram-se mesmo bem e desfrutaram imenso do passeio. Embora ela ainda não esteja 100% à vontade, o facto é que esteve sempre à altura e mesmo com alguns percalços pelo caminho, não houve nada de especial que a demovesse por completo.
Depois de tanta pedalada ela ainda conseguiu ter energia para calçar os patins (que levou numa mochila!) e dar mais umas voltas no parque :D Cada vez está melhor e ficamos mesmo contentes que os fins-de-semana possam ser assim tão bem aproveitadinhos!

Pois que chegámos a casa mesmo perto da hora de jantar e enquanto preparávamos as coisas para isso, os miúdos continuavam nas brincadeiras. De repente um estrondo!! Confesso que não dei importância ao choro dele (era mais uma choradeira pensei eu...) e quando ele veio ao meu encontro comecei a ver o sangue a escorrer pela cara abaixo.

Naquele momento parou-me o relógio, fiquei tão aflita, era tanto sangue que achei que ele podia desmaiar, porque chorava imenso de dores e de susto. Tudo era sangue na casa de banho e a minha reação foi escorrer-lhe água pela cabeça. Passado um bocadinho consegui ver um grande corte na zona do couro cabeludo (sorte!!!!) e achámos que deveríamos chamar o INEM, mas passado um bocadinho o sangramento começou a parar e só então nos organizámos. Troquei a t-shirt dele que era um trapo ensanguentado, pus um chocolate na mochila e saímos todos porta fora, eram 20:00.

No hospital fomos atendidos rapidamente e só eu entrei para a sala de observações. Passado um bocado chegou a médica da cirurgia que foi uma querida, mas não só ela, também as enfermeiras e até a voluntária, foram sempre muitíssimo atenciosas para com o nosso mestre de azar. Por incrível que possa parecer mantive-me calma, mas admito que nunca mais olhei para aquele corte enorme porque me fazia muita impressão. Para não correr o risco de me ir abaixo e de assim desmotivar o miúdo, optei por me sentar o mais baixinho possível e assim a coisa passou-se bem. O momento da anestesia foi o pior, ele chorou e mexeu-se bastante coitadinho, mas depois a médica deu os pontos rapidamente e em uma hora estávamos em casa a jantar. Parece impossível que no fim de todo este aparato ele jantou como se nada fosse, demos-lhe um analgésico e dormiu toda a noite muito bem.
No domingo foi como se nada fosse, andou sempre de um lado para o outro, com uma pilha carregadíssima!

Para nós foi sem dúvida um momento de stress enorme, a mana ficou também bastante impressionada com a cicatriz e houve uma altura em que achei que ia mesmo desmaiar coitadinha, mas lá se aguentou. O que realmente me deixou "indignada" foi o facto de termos andado 10km no meio da rua, de eu lhes ter posto um capacete que não é nada o meu género e no fim o garoto racha mas é a cabeça em casa numa corrida normalissíma no corredor! Posto isto tenho para mim que mais vale que seja obrigatório o uso do capacete dentro de portas do que lá fora :D

21 de abril de 2017

Música para o fim-de-semana



Esta semana foi cheia de pontos altos de estupidez humana. Terrorismo, dúvidas fatais sobre a ciência, guerras, enfim, o costume...

Há pouco tempo tive a oportunidade de assistir ao concerto de primavera dos  alunos do Conservatório de Aveiro onde foi tocada a 7ª Sinfonia de Beethoven. Embora eu já tivesse ouvido esta obra durante anos a fio no carro e em casa dos meus pais, que são grandes entusiastas de Beethoven, a verdade é que para mim nunca passou de "mais uma obra" de música clássica. Tal como qualquer espetáculo musical ao vivo a emoção com que sentimos a música é totalmente diferente e neste caso posso dizer-vos que foi quase avassalador assistir a 7ª Sinfonia tocada com tanta paixão por aqueles jovens. Depois no fim juntou-se o Coro de alunos e pais e quase que o teatro veio abaixo, foi verdadeiramente maravilhoso e emocionante.

É nestes pequenos momentos que a minha esperança no mundo se renova. O ser humano é tão complexo... é capaz de fazer coisas incrivelmente belas e esta música, sobretudo a introdução é realmente um exemplo perfeito disso mesmo.

18 de abril de 2017

Férias da Páscoa


Estas Férias da Páscoa foram cheias de atividade física, CHEIAS!
Para além da colónia de férias da mais velha, que foi animada o bastante, os nossos fins-de-semana não ficaram nada aquém. Estivemos no Minho porque a avó fez anos e aproveitámos a ocasião para tomar o primeiro banho de mar, quem diria! Claro que eu só molhei o pezinho porque ainda não estava mentalmente preparada para isto, mas as crianças foram com tudo, como se estivéssemos em pleno mês de julho. Depois da praia também tivemos muito parque infantil, uma parede de escalada, almoços em família, Feira de Março, Farturas, brincadeiras em casa dos melhores amigos e muito desporto.
Os meus filhos, como qualquer criança saudável, têm uma energia quase inesgotável, são secos de tanto correr, têm cá uma fibra que nos cansa só de olhar, mas o facto é que nós damos a nossa grande contribuição neste andamento energético. Neste fim-de-semana de Páscoa calhou ficarmos sozinhos por cá e resolvemos que a nossa mais velha TINHA de desempancar o burro e aprender finalmente a andar de bicicleta. Como o bairro estava vazio tínhamos as ruas todas por nossa conta e mesmo assim foi uma trabalheira. Eu nunca pensei que ela resistisse TANTO a aprender a andar de bicicleta, parecia bloqueada, nós transpirámos, bufámos e até ameaçámos deixar a bicicleta no contentor para quem a quisesse levar. A certo ponto confesso que me apeteceu desistir mas a verdade é que ela já estava a andar mas não queria acreditar, simplesmente não tinha confiança de que era capaz, uma birra, uma enorme birra foi o que foi. Entretanto após várias tentativas lá foi ela e aos poucos deixou de chorar, arrancava e parava, descia a rua sem pedalar, punha os pés no chão, tornava a arrancar e viu que realmente estava a conseguir e a partir dali foi uma festa! Após tanto tempo com a bicicleta parada, cerca de um ano!, finalmente ela fez as pazes com o ciclismo e recuperou toda a alegria que tinha quando andava na bicicleta de rodinhas e isso para nós foi uma grande satisfação e mais um momento que não iremos esquecer no percurso dela.
A par da bicicleta, surgiu na vida dela um par de patins em linha. Há muito tempo que os pedia e nós já tínhamos decidido que seriam presente de aniversário. Entretanto optámos por antecipar esse presente por vários motivos, mas também porque assim aproveita toda a primavera e verão para praticar!
É muito bom ver os miúdos soltos, ele na sua inseparável bicicleta, ela a treinar nos patins, sempre a chamarem-nos para ver as curvas, as travagens, descidas e subidas. Todas as semanas nos perguntam o que vamos fazer no fim-de-semana, onde vamos, se podemos fazer isto ou aquilo e embora por vezes nos apetecesse ficar no sofá em silêncio, a verdade é que estes anos de total convivência não vão durar para sempre, portanto aproveitemos!

:)

11 de abril de 2017

Parque Biológico de Gaia - Check!



Um fim-de-semana destes fomos fazer um pequeno recado em Gaia e como os miúdos estavam por casa optámos por trazê-los e de seguida fomos passear! Como estávamos perto do Parque Biológico de Gaia e nunca lá tínhamos ido achámos que era a oportunidade que faltava e siga!
Mal chegámos o nosso mais novo ficou logo super excitado porque para nos receber estava um grande dinossauro que pelo tamanho quase podia jurar que era à escala 1:1, o passeio começou imediatamente bem. Como chegámos muito perto da hora de almoço demos apenas uma pequena volta e mesmo assim conseguimos ver uma série de animais que os miúdos adoraram, a lontra, o santuário das cegonhas acidentadas, cágados e aves tropicais confiscadas pelo contrabando (enfim...)
Como dizia, a hora do almoço estava perto então voltamos à recepção onde há um restaurante com esplanada e almoçámos logo por ali, mas caso quiséssemos também podíamos ter feito um piquenique porque há um parque de merendas logo ao lado.

Depois do almoço fomos então conhecer toda a extensão do parque, são 2.8km de mata, floresta e recintos com variados animais uns mais tímidos, outros muito dados às festinhas. Durante o passeio também visitámos algumas casas de lavradores totalmente recuperadas e que explicavam o processo da lavoura, da moagem de cereais (com moinho de rio!) bem como alguns dados sobre ecologia local.
Dentro do parque há também pavilhões com exposições sobre dinossauros (loucura novamente) e uma exposição permanente junto à entrada sobre a formação do nosso planeta que os miúdos adoraram! A exposição é muito simples, mas por algum motivo os meus filhos ficaram mesmo muito colados aos painéis explicativos e maquetes dos mares e secções de árvores :)

No fim do passeio os miúdos já estavam bastante cansados, não porque 2.8km seja uma extensão muito grande mas porque andámos sempre muito devagar, parando a toda a hora nos imensos observatórios. Para além dos animais que estão cercados tivemos a sorte incrível de avistar um esquilo vermelho e foi a nossa mais velha que o viu o que para ela foi uma conquista imensa. No início do percurso vimos um painel que informava que para além dos animais que estavam cativos, também poderíamos encontrar esquilos, chapins, ouriços, toupeiras mas infelizmente todos eles são muito tímidos e só mesmo estando em espaços mais restritos é que se conseguiriam ver. Ainda assim, os animais que estão "presos" têm boas áreas de circulação, algumas delas são mesmo extensas e cheias de esconderijos e houve algumas espécies muito tímidas que não conseguimos mesmo ver o que também é de salientar como positivo!

Já há muito tempo que pensávamos ir a este parque e de facto é uma excelente opção para passar um dia inteiro em família ou com as escolas. Há muito para ver, para aprender e até há atividades organizadas que devem ser muito giras de participar, é uma questão de estar atento...

Já agora:
crianças até aos 7 - Grátis
dos 7 aos 12 anos - 1€
adultos - 3€

3 de abril de 2017

Na semana da Leitura fui ler à escola

Durante a semana que passou, os miúdos tiveram na escola, iniciativas ligadas à literatura e para finalizar, os pais foram também convidados a ler um conto aos miúdos. Aceitei o desafio, assim como outra mãe, e lá fomos nós ler aos nossos miúdos.
Andei a semana toda a pensar no que poderia ler, escolhi alguns livros mas depois acabei por optar pelo mais simples e tradicional: um conto de Grimm.

Quando eu era da idade da minha filha, um certo dia, o meu pai foi só comigo às compras. Fomos a uma livraria e eu pude escolher alguns livros (com poucas ilustrações) para ler. Escolhi três, os quais ainda tenho. Um desses livros foi uma compilação de contos de Grimm que me recordo que escolhi pela capa (um eterno clássico - A book by it's cover), o interior era de texto denso e algumas ilustrações a carvão que na altura me causavam um certo medo. Recordo-me de ler várias histórias, bem como da minha mãe as ler e que na maior parte das vezes ficávamos mesmo com medo porque na sua maioria eram contos bastante sombrios (o mais assustador para mim era Hansel und Gretel).




(ilustrações de A Bela Adormecida e Hansel und Gretel)

Escolhi então um desses contos, não muito vulgar, para ler aos miúdos: O Pescador e a sua Mulher. Como o livro está em alemão, obviamente não o levei comigo, mas imprimi uma versão e adaptei-a para soar melhor. Ainda pensei em seleccionar um conjunto de imagens para passar no datashow mas por fim, apostei em ler apenas o grande texto.
A escolha deste conto foi baseada no facto de não ser um dos contos mais populares como o Capuchinho Vermelho ou o Gato das Botas, quis que fosse uma história clássica, dramática, "inédita" e que lhes passasse uma mensagem forte.

Comecei a ler e os miúdos ficaram pa-ra-li-sa-dos.

No fim via-se que estavam já revoltados com a mulher do pescador, refilavam e quando acabei a história fartaram-se de bater palmas e adoraram aquele momento. Eu fiquei maravilhada!! Claro que li tudo com muito ênfase, muita expressão e eles colados! Depois debatemos um pouco a história e passámos à mãe seguinte.

Confesso que apesar de imaginar que eles fossem gostar da história também tinha receio de a meio perder a atenção deles, mas julgo que o facto de não ter imagens associadas os focou imenso em mim e em todo o drama que é aquela história, um conto sobre a ganância e que eles interpretaram muitíssimo bem.

Recordo-me de quando eu era pequena ficar sempre muito impressionada com a ilustração do meu livro (ver acima), os olhos esbugalhados do peixe, a pequenez do pescador tudo isso estimulava muito a minha imaginação e foi sempre uma história que me ficou na memória. A par do conto do meu livro, coincidia que a minha melhor amiga da altura, tinha um disco de vinil com esse conto e que muitas tardes ouvíamos essa história no gira-discos (parece que estou a falar da pré-história!). A sonoplastia estava perfeita, com o som do mar cada vez mais alto e a chuva intensa; não me lembro de mais pormenores do que esse mas isto apenas para frisar que é impressionante os momentos que nos ficam marcados da nossa infância só à conta daquilo que lemos ou ouvimos...