30 de abril de 2016

Antes que matem os elefantes - fomos ver!


Quando há umas semanas vi na newsletter do Centro Cultural de Ílhavo, que a Companhia Olga Roriz vinha cá apresentar um novo espetáculo no dia Mundial da Dança, nem hesitei em decidir-me a ir. Desde a altura do espetáculo de Pedro e Inês, que tenho vontade e ir ver uma coreografia desta companhia e embora eu não seja expert em matéria de dança contemporânea, não posso deixar de dizer que me sinto sempre muito cativada pela emoção que este tipo de dança passa para quem vê um espetáculo.
Desafiei a Miriam, que já tão bem descreveu o que sentiu ontem aqui, e lá fomos desfrutar um par de horas, só as duas, que bem merecemos.
Para ser sincera, nem me lembrava do que dizia a sinopse do espetáculo Antes que Matem os Elefantes, lembro-me de ter comprado os bilhetes só mesmo porque se tratava da Companhia Olga Roriz e isso chegava-me. Tal como no cinema ou na literatura, costumo optar pela autoria (ou realização) do que pelo conteúdo, gosto de ser apanhada desprevenida, só vejo trailers no fim dos filmes e só depois do espetáculo fui ler o resumo da coreografia e assimilei melhor alguns detalhes que ambas debatemos já no carro no regresso a casa.
Caso possam, não deixem de ver este espetáculo. Começa logo com um aperto no coração, tem momentos muito crus, com ausência de música prolongada e uma cenografia que capta metaforicamente muito bem o contexto sobre o qual desenrola a narrativa.

"Em frente… sempre em frente não olhar para trás. Olhos fechados sem querer pensar, o frio, o medo do frio, a fome."



Muito bom!
A ver se em breve repetimos nova soirée  ;)

Fotografias - Paulo Pimenta

26 de abril de 2016

Hoje é um dia feliz!!



Parabéns meu amor*
ai vida!!

25 de abril de 2016

SOL SOL SOL

A Sunday on La Grande Jatte, 1884 Georges Seurat

Finalmente um dia magnífico, perfeito do início até ao fim, muito sol, pouco ou nenhum vento e uma cidade cheia de gente sedenta de vir para a rua aproveitar todos os momentos. De manhã fomos a um parque a pedido deles e até lá chegarmos passámos por imensa gente de roupa leve, muitos cães que se notava que riam! imensos sapos no lago tudo cá fora a aquecer. Chegamos ao parque infantil e foi um tal de tirar roupa que as crianças tinham de correr até cair.

Almoçamos em modo familiar com cravos e tudo à mesa. Após o almoço "simbora" para o parque novamente que não há tempo a perder. Eu confesso que mal vejo sol que deixo de pensar e arrasto todos comigo, fico possuída e odeio perder minutos dentro de casa (santos dos que me aturam). Os miúdos preferiam ter ido à Feira da Março, que era o último dia, que queriam dizer Adeus aos carrinhos de choque, mas fomos mesmo para o parque correr durante duas horitas. Eu por mais que conheça os meus filhos fico sempre impressionada com a capacidade que eles têm de correr tanto. Foi desde casa até ao parque, correram no parque o tempo todo e ainda regressaram a casa a correr!!

Ao contrário do que é costume, hoje reparei em algo diferente no parque. Pela primeira vez vi imensa gente de toalha/manta estendida nos relvados, junto ao canal simplesmente a curtir o sol. Parecia que estávamos em Londres, Paris, Berlin ou outra qualquer cidade super evoluída onde as pessoas efetivamente aproveitam os parques a 100%, que se deitam na relva, praticam meditação, comem gelados, leem livros sem peneiras, sem "medo" de estragar a relva ou coisa que o valha. Acho que se calhar os portugueses, por terem imensas praias, não são muito adeptos de aproveitar os parques do mesmo modo que o fazem na praia. Será só impressão minha? A verdade é que hoje havia imensa gente a fazer um usufruto perfeito de pelo menos dois parques da cidade e eu achei fantástico!

Foi um dia perfeito, muito sol, muita rua, muita conversa e até um pescoço queimado ;)

24 de abril de 2016

Leitura noctura


E assim, sem previsão, ela pegou num livro da Anita que lhe foi oferecido por uma querida amiga nossa, quando ainda era bebé. Sem estar previsto ou combinado, começou por ler só uma frase a meu pedido, viu que afinal o livro era "fácil". "Só um parágrafo" e a seguir mais um e mais outro e de uma vez foram logo várias páginas.
Vamos ver se começamos finalmente o hábito regular da leitura noturna, nem que sejam apenas 10 minutos.
Leu para o irmão. Parece-me que vamos ter de comprar um candeeiro melhor ;)



22 de abril de 2016

A primavera chegou à nossa varanda


Neste loooongo inverno temos andado a preparar a nossa horta. Comprámos um pequeno canteiro em degraus num hipermercado e depois de toda a terra no lugar, plantámos algumas coisinhas para testar o terreno. Comprámos 8 pés de morangueiros pequeninos, 4 alfaces, 4 beterrabas e dois tomateiros cherry. Todas as plantas eram mesmo minorcas, tão delicadas que quando as regava tinha de as ajeitar novamente porque saltavam da terra com a força da água. Basicamente isto parecia uma enfermaria de plantas. Entretanto o sol começou a espreitar e mesmo com tanta chuva começámos rapidamente a notar grandes progressos nas plantas. Os morangueiros transformaram-se em "ervas daninhas" de tão grandes que ficaram, as beterrabas estão com folhas grandes e cheias de veios cor de vinho.



Nas alfaces tivemos uma baixa, mas isso até foi bom porque aliviou o aperto que havia entre as que ficaram (plantei-as demasiado próximas).



Para me guiar tenho um livro muito jeitoso que podem ver aqui; é 100% português! muito informativo e bonito.


Algumas experiências por vezes não correram tão bem... Plantei algumas sementes de coentros, que nos foram gentilmente oferecidas pela Cláudia, que por ter sido muito cedo não vingaram. No entanto, há dias tornei a semear e os coentros já se reconhecem bem e estão a ficar mesmo fortes!


No meio das minhas experiências andam os miúdos, eles adoram isto. Todos os dias vêm ver os morangos mudar de cor, ajeitam aqui e dali, regam, querem podar, já conhecem as aromáticas e já sabem que o coelho que o pai faz vai bem com a salva ;)



Também temos hortênsias. Podei-as no fim do verão e agora estão a ficar cheias de folhas e flores.



Nas horas de almoço ou ao fim da tarde estamos de volta deste trabalho, também adoro fotografar os progressos bem como as texturas das diferentes espécies. O impressionante é ver a diferença de umas semanas para as outras. Estas fotografias foram tiradas há 5 dias e só neste curto espaço de tempo as alfaces quase duplicaram de tamanho!


O nosso tomateiro quase em flor :) O eterno exemplo das aulas de biologia por ser uma "planta completa".



Esta couve decorativa veio num ramo que nos ofereceram no Natal que eu desmanchei e espetei a mini couve na terra. Confesso que não sabia se isto ia resultar mas a verdade é que a mini couve está enorme e tem já uns bons 40cm de altura. Pelo que li ficam mais rosa/roxas quanto mais frio apanham, as folhas são comestíveis e muito nutritivas. Para já, fica apenas a decorar o canteiro das aromáticas ;)


Por fim, uma mini gerbera que está permanentemente a dar flor desde agosto do ano passado!


21 de abril de 2016

O meu momento fashionista anual

Esta semana caiu um santo por aí e eu comprei uma peça de roupa para mim.
Após muito me chatear a cabeça, o meu querido marido insistiu que eu comprasse um trench coat. Se roupa compro pouca, casacos compro ainda menos e os meus estão mesmo pela hora da morte. Gastos, a maioria com mais ou perto de 10 anos, parece mentira. Enfim, estive então a dar uma vista de olhos e por mais que evite, lá fui eu dar com os costados à Zara e trouxe este básico de qualquer armário que se preze, já me diz a minha irmã. Ora, embora este tipo de casaco tenha um ar de um certo chic (lembrando Eça de Queiroz), a verdade é que isto é como a ganga, dá com tudo, portanto os meus ténis estão safos porque afinal sempre dão com o look ;)


Desta cábula pinterestiana tenho tudo, as minhas Gazelle estão em tão mau estado como o casaco que este trench veio substituir, mas lá chegaremos que os meus anos vêm breve ;)


Jane Birkin e Jackie O - poderosas!

Música para hoje



A música de todos os desgostos...

R.I.P.   Prince

A mãe foi à escola


Há algum tempo a professora da nossa mais velha sugeriu que fôssemos uma tarde destas dar uma "aula" aos miúdos. Prontamente aceitei o desafio e fui pensar no que lhes dizer e fazer durante duas horas após o almoço. Finalmente arranjei disponibilidade para falar com as crianças sobre História da Arte e no fim fazer um pequeno ensaio com uma Natureza Morta.

Após a surpresa inicial perguntei-lhes o que era Arte para eles e isso despertou-lhes logo o interesse. Falámos desde a arte rupestre até ao abstraccionismo, falámos em escultura, fotografia, cinema, dança e passei-lhes a ideia de que a Arte é o resultado daquilo que os afecta e como expressam esse sentimento. Ficaram entusiasmados.

Entretanto mostrei-lhes o quadro Guernica e perguntei-lhes o que viam, do que se tratava. Sendo crianças de 6/7 anos estava à espera de interrogações, mas eles foram certeiros na interpretação, viram guerra, viram atropelos, viram gritos, viram o sofrimento em pessoas e animais, discutiram o facto do quadro estar "sem cor", foi muito entusiasmante porque tanto quanto me apercebi, nenhum deles conhecia o quadro ou alguma vez teria conversado sobre ele. Por momentos pensei que poderia ter exagerado na minha escolha, mas eles foram muito receptivos e tiveram um comportamento muito maduro, actualizado e ciente de que a guerra é algo que existe desde sempre e que (infelizmente) perdura até hoje...



Passado este momento mostrei-lhes três naturezas mortas de épocas completamente distintas para lhes fazer ver que sobre o mesmo assunto/tema eles eram livres de se expressar como quisessem e assim estavam a libertar o seu "espírito criativo", eram artistas! :)
Montei então um pequeno cenário com coisas que trouxe de casa e outras da sala de aula, a professora arranjou folhas A3 para todos e começaram a desenhar. Pedi-lhes apenas que usassem a folha TODA mas muitos tiveram dificuldade nesse aspecto, até nós, quanto mais eles, esta parte foi muito divertida :D
Depois começaram a dizer que não conseguiam desenhar isto e aquilo e que não estava bem entre outras coisas, mas consegui dar-lhes a volta e no fim todos estavam extasiados com as suas naturezas mortas, todas com interpretações diferentes, tal como eles achavam que deviam ser. Assinaram os desenhos com imenso prazer, sentiram-se artistas, pintaram com as cores reais, outras inventadas, desenharam molduras e até personagens que eles acharam que fazia sentido acrescentar.

Já há muito tempo que não tinha tanto prazer em fazer algo novo, sem dúvida que trabalhar com crianças é uma experiência ímpar e que nos enriquece todos os dias.


17 de abril de 2016

Sem dúvida O MELHOR jardim de infância!!



Adoro uma boa escola, com ideias inovadoras e arrojadas que tirem partido de todas as capacidades das crianças. Deixo-vos um espetacular caso de sucesso onde um projecto de arquitectura de forma circular permite que as crianças usufruam de todo o edifício, mas todo mesmo, incluindo o tecto. Sendo circular as crianças podem fazer aquilo que mais adoram - CORRER! - e aqui podem fazê-lo infinitamente ou até que os pais os vão buscar :D

Deixo-vos também algumas fotografias do ambiente e pelas caras das crianças, isto só pode ser do melhor. Quem me dera que os meus filhos tivessem a oportunidade de experienciar este edifício!


O bebedouro como ponto de encontro e troca de informações super importantes!


Correr em círculos - loucura!!
A cobertura tem várias clarabóias que permitem que as crianças do topo espreitem para o interior e desafiem as que estão lá dentro. O objectivo é passar o maior tempo possível na rua.



600 caixas de uma madeira leve foram colocadas no interior do edifício de modo a que crianças e funcionários lhes atribuíssem a melhor função. Transformam-se em estantes, bancos, mesas, comboios, torres... O interior da escola não tem paredes e as crianças estão todas misturadas.



Barretes de proteção para sismos, ou como transformar um assunto assustador em algo completamente divertido!



Fuji Kindergarten, Japão
Takahuru Texuka, arquitecto
entrevista completa

10 de abril de 2016

o nosso sábado fantástico



O nosso sábado foi muuuuito bom! Fomos descer, ou atravessar, os Passadiços do Paiva e apesar da chuva e do esforço físico inicial, adorámos esta experiência. Fomos em grupo e percorremos os 8km quase sem dar por ela tal é a magnitude da natureza envolvente que nos fez distrair das condições menos agradáveis. Apanhámos chuva fraca durante quase todo o caminho mas pessoalmente não me incomodou, pelo contrário, até achei que assim a viagem se tornou mais introspectiva. Tirei várias fotografias, era impossível não o fazer, mas devido à chuva não pude abusar - ainda assim passei largamente das marcas...


Fizemos o percurso no sentido Areinho > Espiunca e achei que foi uma boa escolha, mas ainda durante esta semana, farei um artigo mais detalhado no Eu, Mãe ;)




Não levámos as crianças na caminhada, mas quando chegámos a casa fomos com elas até à Feira de Março gastar o que sobrou das nossas energias. Os miúdos adoraram, claro, vivem o ano inteiro a falar na feira e só descansam quando lá estão. Foi carrinhos de choque, montanha russa, farturas e até carrinhos de choque para nós!!!





Resumindo, um sábado mais do que perfeito!

6 de abril de 2016

Música para hoje



Uma das mais bonitas.
The Beatles
álbum Set. Pepper's Lonely Hearts Club Band, 1967

"She's Leaving Home"

Wednesday morning at five o'clock as the day begins
Silently closing her bedroom door
Leaving the note that she hoped would say more
She goes downstairs to the kitchen clutching her handkerchief
Quietly turning the backdoor key
Stepping outside she is free

She (We gave her most of our lives)
Is leaving (Sacrificed most of our lives)
Home (We gave her everything money could buy)
She's leaving home after living alone
For so many years (Bye bye)

Father snores as his wife gets into her dressing gown
Picks up the letter that's lying there
Standing alone at the top of the stairs
She breaks down and cries to her husband "Daddy our baby's gone
Why would she treat us so thoughtlessly?
How could she do this to me?"

She (We never thought of ourselves)
Is leaving (Never a thought for ourselves)
Home (We struggled hard all our lives to get by)
She's leaving home after living alone
For so many years (Bye bye)

Friday morning at nine o'clock she is far away
Waiting to keep the appointment she made
Meeting a man from the motor trade

She (What did we do that was wrong)
Is having (We didn't know it was wrong)
Fun (Fun is the one thing that money can't buy)
Something inside that was always denied
For so many years (Bye bye)

She's leaving home
Bye bye

5 de abril de 2016

Iniciativa "E se fosse eu? Fazer a mochila e partir"


Já vi esta iniciativa ser divulgada em alguns sítios e acho que é um excelente exercício que todos deveríamos fazer. 
Em nossa casa, embora não vejamos muitos noticiários, ocasionalmente vemos na presença dos miúdos algumas notícias sobre a crise dos refugiados e explicamos de forma sucinta e sem ser demasiado gráfica a situação vivida por adultos e crianças. Os miúdos retém as coisas à maneira deles, fazem perguntas mas nunca sabemos bem o quanto isto na verdade os afecta, ou se afecta de todo... Pergunto a uma criança de 6 anos o que mais lhe importa colocar numa mochila e diz-me que são os lápis, o caderno, uma tesoura, a Elsa, o cão grande (com o qual dorme sempre) e uma tenda onde coubéssemos todos - é este o kit essencial da minha filha.

E o nosso? Assim de repente se caísse aqui um míssil, que raio punha eu dentro da mochila???

Dinheiro, limpava o que podia do banco.
Dois polares
um kispo fino
(colocava as fotografias e documentos pessoais na dropbox... acho eu)
kit higiene e mini farmácia e canivete suíço
telemóvel (será que valia a pena?)
boletins de vacinas

vestia o máximo de roupa possível
sei lá!!

Mas nem quero imaginar o sofrimento que é arrastar duas crianças em pânico nem tão pouco imaginar não ter destino ou ser rejeitada num suposto destino. É mau demais :(

Fica o desafio e mais uma reflexão...