27 de outubro de 2015

perfeitos domingueiros


No domingo passado fomos até à feira de velharias, é uma coisa que eu adoro fazer mas que raramente faço porque ou não estamos por cá ou simplesmente porque não me lembro. Então lá fomos com a ideia de dar uma volta e regressar para almoçar.
A feira estava óptima, com imensa gente e muita coisa gira para comprar, verdadeiras tentações e que o meu marido está sempre a travar os meus impulsos. Ainda assim, consegui comprar uma moldura de madeira trabalhada por 5€, não está muito estragada mas a madeira parecia muito seca e porosa. Não tinha vidro nem costas, apenas pregos que sobraram da antiga estrutura (já a comecei a recuperar, depois mostro!).




Saímos e deixámos os telemóveis em casa, ou seja, nem sabíamos que horas eram e com a mudança da hora estávamos um pouco baralhados. Entretanto os miúdos começaram a pedir para irmos à pizaria que eles adoram e lá fomos. Foi um almoço nas calmas em que estivemos muito entretidos uns com os outros, mais uma vez sem saber se era cedo ou tarde, também, num domingo isso pouco ou nada interessa. Ao nosso lado, no restaurante, mais uma família em pleno almoço familiar, o pai colado no telemóvel, a filha da idade do nosso mais novo colada no tablet e a mãe a fazer-lhe companhia, todos calados... muito triste, mas uma realidade cada vez mais frequente.


Depois do almoço demos um salto à praia, não chovia e para nosso espanto até estava relativamente ameno! O mar bravíssimo e o areal vazio confundiu um pouco o Vasco, ele queria à viva força vestir os calções de banho, tirar os ténis e as meias, porque ir à praia é sinónimo de tirar roupa e ir para a água... Para não variar, mega-birra, chora porque se quer despir, porque a irmã corre mais do que ele, porque sim, porque não, uma canseira!


Tenho tirado muito poucas fotografias e neste dia levei a máquina comigo e só tirei algumas durante o tempo em que estivemos na praia. Às vezes os garotos portam-se tão mal e os dias são tão agitados e cheios de tarefas que não me apetece fotografá-los, parece que às vezes nem os reconheço, certamente que também será do meu cansaço...


Depois viemos para casa "por Fátima", demorámos um pouco a chegar de propósito, os garotos dormiram no carro e fez-se um bocadinho de silêncio na nossa voltinha dos tristes :D
Saímos de manhã e regressámos ao anoitecer**, tivemos um domingo perfeito.


** eram apenas 5 da tarde mas já quase noite, que neura!

22 de outubro de 2015

dos limões da vida, o início

Desde que temos os nossos filhos na escola, entenda-se creche ou infantário e agora ensino básico, que sentimos que nos devemos envolver um pouco mais do que deixá-los e buscá-los. Refiro-me à nossa presença nas reuniões de grupo, festas escolares, passeios e por aí fora, fazemos sempre questão de estar e participar, mesmo quando nos dificulta as rotinas diárias. Com o aproximar da entrada dela na escola primária achei que deveria perceber melhor os mecanismos necessários para o funcionamento de uma escola, o que faz falta, com quem devemos falar e fazer parte da associação de pais foi para mim um passo normal a dar, quase um dever.

Não posso negar a minha indignação com o processo de matrículas do nosso agrupamento e até hoje me custa ter de terminar o meu dia de trabalho a meio da tarde, mas já consegui superar a minha irritação e aceitei a nossa nova rotina, tal como já disse anteriormente. Quando hoje falei em limões e limonadas era sobre esta minha nova realidade, tive de pegar em algo que inicialmente rejeitei, que neguei mas que tive mesmo de aceitar e tirar o melhor partido e por isso mesmo estou ativamente ligada à associação de pais da escola dela.

Tudo é ainda muito recente, ainda estou a conhecer as pessoas mas sinto que pela primeira vez na minha vida estou a fazer algo que realmente pode fazer a diferença. Essa diferença, numa primeira análise, é na minha vida e se tudo correr bem, na vida dos que rodeiam a minha filha na escola. Ouvir os outros pais, os seus problemas e as suas boas experiências motiva-me e ajuda-me a motivar outros pais. No nosso agrupamento parece-me que apesar de haver problemas estruturais ligados a quem "manda" (câmara municipal e sede do agrupamento) vejo que os pais são interessados, pro-activos e para meu espanto são em maior número do que eu estava à espera! Os pais estão tão envolvidos na vida da escola que prestam horas de voluntariado em situações específicas cujos resultados são tão bons que contagiaram outras escolas do agrupamento e isso é verdadeiramente espetacular. Até há quem possa dizer que não damos liberdade às crianças, que elas têm de estar mais entregues a si na escola, não discordo, mas por outro lado tenho a certeza de que a presença ativa dos pais na comunidade escolar tem muitos benefícios, porque é uma atividade com regras, com um propósito e com resultados positivos demonstrados.

Importa também dizer que eu tenho a possibilidade e flexibilidade de horários e vida pessoal para me dedicar a este assunto com mais tranquilidade. Tenho a certeza absoluta que se ainda vivesse na minha "outra vida" que tal oportunidade seria altamente condicionada e isto deve certamente acontecer com muitos outros pais.

Neste momento, estou a gostar e recomendo a presença ativa na vida escolar dos nossos filhos, acho que ganham todos os envolvidos.

dos limões da vida



"And these are the days when our work has come asunder 
And these are the days when we look for something other".


há que fazer limonadas


20 de outubro de 2015

INACEITÁVEL

Palavra de honra, que merda de mundo é este?
Como posso eu trabalhar, dar carinho aos meus filhos ou mesmo zangar-me com eles, sabendo que aqui, em plena Europa há este inferno a acontecer?
Como posso eu levar avante um negócio ligado à infância quando vejo estas crianças?
Palavra de honra que isto é um ultraje e a maior parte de nós vê isto a acontecer e não consegue efetivamente fazer nada. NADA!






Aya is 8 years old. She is shivering with cold, her jacket was once white, now it’s drenched with rain and covered in mud, in Bapska/Berkasovo crossing, at the Serbian-Croatian border.
“The rain has been pouring down here since yesterday, but as long as countries up the line Austria and Slovenia are limiting the numbers going through there, then the Croatians are as well, and everybody is stuck here in the mud and cold,” says Damian Grammaticas, BBC Europe Correspondent.
Aya’s mother who is pregnant was allowed into Croatia with a few, pregnant women, elderly people and some infants. Aya’s brother is crying, he wants to join his mother, and their father is desperate to get his children to safety and reunite them with their mother. 
“4,000 refugees are stranded in the sea of mud within yards of the European Union, because Croatia with not enough buses to transport them, is holding the refugees back,” says Damian.
Serbia has transported the refugees to it is border with Croatia and then dumped them there. 
“A few days ago Bapska/Berkasovo was just a transit point, but after the Hungarian authorities decided to close their borders, delays have left thousands stranded with minimum shelter or access to toilets,” says Francisca Silva, MSF Humanitarian Advisor in Serbia.
There are a few tents for shelter, inside everyone is more misery. Families are soaped, the temperature is just 10 C.
“This is not a place for people, they can't sleep - they can just stand upright in the mud," says Melita Sunjic, UNHCR spokeswoman, who is in the Bapska/Berkasovo crossing, at the Serbian-Croatian border.
A woman was using her body heat to warm up a hypothermic child told Damian Grammaticas, BBC Correspondent that her son died in Syria “and now we will die here from this cold. We’re waiting, we have nothing to but waiting.”
“After fleeing conflicts and risking their lives crossing land and sea, babies, children, pregnant women and people with disabilities are now left stranded without proper assistance," says Elisabetta Faga, MSF’s Emergency Coordinator in the Balkans.
“What we are seeing is the effect of a lack of coordination and leadership which is leaving vulnerable refugees without the shelter and support that they desperately need," says Elisabetta.
Date: October 19. 2015
Photos: The BBC: http://bbc.in/1ZSpkH2
Source: The BBC and Médecins Sans Frontières (MSF)

17 de outubro de 2015

silêncio




perfeito


bom fim-de-semana

15 de outubro de 2015

e os TPCs?

Desde que começaram as aulas só tivemos dois fins-de-semana com Trabalhos Para Casa (TPCs), uma vez ou outra ela lá traz uma folhinha com uma atividade que ficou incompleta na aula e que termina em casa. Já "sabemos" as palavras "menina(o)" e "uva". Não é que ela saiba a 100% o que está a escrever, está mais a memorizar, a reconhecer palavras inteiras e as sílabas que as compõem e já começa a reagrupá-las formando palavras como "nome", "meu", "nova" entre outras. Parece-me que muitas vezes ela não está a perceber patavina do que faz, tal é o grau de distração ou de falta de concentração. Ao fim-de-semana vejo o que há para fazer e dividimos a tarefa em dois, uma parte para sábado e a outra para domingo. A mãe e o pai vão-se revezando e ela também passa alguns bocados sozinha na mesa porque a (minha) paciência não é de ferro. Eu não me passo com o facto dela não saber ainda as voltas correctas que faz o "a" ou o "v", não me passo com o facto dela ainda não escrever o "1" de cima para baixo e não o contrário, tudo isso será ultrapassado com a prática. O que me tira do sério e me esgota é a facilidade com que ela se perde. Qualquer coisa a distrai, o cabelo, a borracha, a afia, o caderno suplente que em vez de ter palavras escritas tem princesas desenhadas... inspiraaaaaaar... Um TPC que ela podia resolver em menos de uma hora na totalidade rende no mínimo o dobro e só faz metade!! Enfim, claro que eu tenho a noção de que isto só agora está a aquecer e que tudo leva o seu tempo. Felizmente isto não é rotina diária, ao contrário do que já ouvi dizer em muitos lados, que há professores que mandam muitos trabalhos e com muita frequência etc etc. Aqui, durante a semana, o fim das aulas alterna entre as 16:00 e as 17:30 e quando vimos para casa (eu e os miúdos) é tempo de brincar, de tratar das plantas, ver desenhos e brincar com legos. Se está bom tempo vamos até ao parque correr e trepar que também é preciso, sobretudo nos dias em que não há desporto na escola ou ballet na academia.

O irmão, vai por arrasto, que é já tradicional de quem é mais novo. Diz que já faz trabalhos de casa, que quer escrever o nome, que quer saber o que diz cada palavra nas histórias entre outras coisas mais. Soma e segue, portanto.

14 de outubro de 2015

a ver os dias passar

Não pensem que vou abandonar o blog, embora por vezes até possa parecer :D

Tenho andado com uma preguiça monstra que está fortemente associada ao corre-corre dos nossos dias. Já estamos totalmente em "modo escola", o ballet também já entrou em cena e lá nos vamos organizando para conseguir cumprir as coisas em que nos metemos. Eles andam chatos que se farta e é também por isso que às vezes não me apetece escrever. Preferia escrever coisas lindas, construtivas, mas a verdade é que se me sentasse a escrever todos os dias, o mais provável é que dissesse que os meus filhos são umas pestes, que não me ouvem, que me farto de gritar, de me esquecer de coisas, enfim, todas aquelas coisas perfeitamente normais em qualquer casa dita normal.

Vinha aqui escrever qualquer coisa que neste momento já nem me lembro o que era...

Olha, temos visto filmes à noite. Quando o silêncio se instala, atiro-me para o sofá e vejo filmes no videoclube do nosso cabo. Já vos digo que isto é um vício e que estamos a gastar um crédito jeitoso, todinho em filmes que deixámos passar no cinema porque na altura não tivemos possibilidade de ir ver. Deixámos passar de facto muitos filmes, não só porque não dava para encaixar mas também porque, convenhamos, o cinema está pela hora da morte!!! Até ao momento já queimámos metade do crédito, portanto é provável que continue um pouco ausente, mas acreditem, é por uma boa causa, ao menos vamo-nos atualizando :D

Alguns filmes que já passaram por cá.







2 de outubro de 2015

Música para o fim-de-semana



Hoje lembrei-me desta música, por nenhuma razão em especial... mas a verdade é que adoro ouvi-la (assim como tantas outras destes rapazes).