4 de outubro de 2019

O efeito Matisse



Diz que hoje é o Dia Mundial do Animal, ora sucede que desde maio que temos um gatinho chamado Matisse e parece-me que hoje é um dia feliz para escrever o quão gratificante é ter um animal a fazer-nos companhia.

A quantidade de coisas que os meus filhos aprenderam só ao ter um gatinho a conviver com eles diariamente já são de perder a conta. Tudo começou logo no dia em que o fomos buscar. Ao contrário do que acontece com muitos miúdos, o nosso Matisse não chegou a casa numa caixinha de cartão com um laço ao pescoço como se fosse um presente caído do céu, nós fomos buscar o nosso gatinho à casa onde ele nasceu.

Chegámos à casa da dona dos gatinhos e já restavam poucos dos 16 bebés que haviam nascido. Quando vimos o nosso gatinho, soubemos quase de imediato que seria aquele o nosso. Veio ter connosco, não saiu de perto dos miúdos, era brincalhão e amistoso. Quando vínhamos no carro aconteceu logo a primeira grande emoção: o gato começou a miar à procura da mãe... Os miúdos ficaram tão impressionados e comovidos que desataram logo a chorar também, que tinham pena do gatinho, que tinham pena da mãe que havia de estar à procura do filho, todo um drama de novela.

Tentámos tranquilizá-los e fazê-los compreender que o gatinho ia ficar bem, que logo ia começar a gostar muito de nós e que as saudades da mãe iam desvanecer. Julgo que terem passado por esta experiência foi logo o ponto de partida para olharem para aquele pequeno ser como um de nós, que também tem sentimentos, que tem medo e se assusta tal como nós.

Em casa foi toda uma logística, caixote, comida, onde dorme, não puxes o gato, não o pises, olha a água,... Passados alguns dias do embate inicial, tivemos o primeiro problema: o gato foi abalrroado numa correria lá em casa e magoou a pata. Veterinário com ele, crianças a chorar, gato internado, possibilidade de ter partido a pata, mais um drama que depois se resolveu bem mas que marcou também os meus filhos, ficaram com um sentimento de culpa por terem magoado o bicho que só choravam, dormiram mal, enfim...

À parte das peripécias negativas, como ter de deixar o gato sozinho nas férias e fins-de-semana, ter de pedir à avó para tomar conta e outras coisas relacionadas, a verdade é que ter um gatinho veio beneficiar imenso a relação dos meus filhos com os animais em geral. Se antes eram muito avessos e medrosos, agora têm uma confiança muito maior, sabem que os animais têm limites e tolerâncias diferentes e só tendo um animal de companhia é que os meus filhos conseguiram ultrapassar estes medos tão naturais.

O balanço é muito positivo, as crianças beneficiam muito, os animais são muito mais do que meros bibelots instagramáveis, são seres temperamentais com vontades próprias e dinâmicas que variam consoante as suas disposições. Se valeu a pena? Claro que sim, recomendo a toda a gente!

Feliz Dia do Animal**

1 comentário:

Susana Neves disse...

Lindo o Matisse. Maravilhosa a história. Beijinhos