15 de dezembro de 2015

No penso callar



Vi este filme ontem e acho que é nas pequenas coisas que devemos refletir sobre a liberdade de expressão.
Quando um manual escolar diz que o céu é azul e que a criança o deve pintar daquela cor, está a condicionar a sua imaginação, a sua liberdade de expressão. Isto é coisa para me chatear.

Curiosamente, numa das primeiras reuniões com a professora, foi-nos mostrado um desenho da Leonor que representava um gato laranja mas que tinha o rabo verde. A professora pegou justamente naquele desenho por o ter achado "o máximo" e nós, que estamos habituados àquele registo ao estilo "Alice no País das Maravilhas", não podíamos ter ficado mais contentes com aquela observação.

Da parte que nos toca, pedimos sempre que deixem as crianças pintar como elas quiserem, sem barreiras, é uma questão de princípio, já bem basta todas as outras condicionantes da vida...  É também importante incutir na criança, a ideia de que ela pode e deve fazer valer as suas opiniões, que tem esse direito e que, com uma argumentação inteligente (e sempre educada) consegue passar o seu ponto de vista a quem insiste no contrário.

Para saber mais sobre o filme, sigam o link.

3 comentários:

Catarina disse...

Nem por acaso andamos com esta questão cá por casa! A Laura é muito exigente nos desenhos dela, diz várias vezes que se engana, quer corrigir pormenores, começar de novo... Mas tem o seu estilo como qualquer criança e também gosta de dar largas á imaginação, o que nós gostamos e incentivamos, porque já basta de cliches e pessoas formatadas nesta sociedade... Mas, ultimamente ela tem comentado que fez o trabalho x ou y na escola e que a educadora lhe disse que estava mal, porque o céu não é daquela cor, ou que não existem árvores assim, etc... E que lhe chega a dar uma folha ou ficha nova para recomeçar o trabalho. Eu como sei como ela é fico na dúvida se foi mesmo assim, mas fico incomodada claro... respiro fundo e digo-lhe sempre que nenhum desenho está mal, que não há uma forma certa e uma errada, mas diferentes maneiras de ver a coisa.... Que ela deve sempre dizer que está assim por opção e porque é que quis pintar ou desenhar assim, mas que mesmo que não saiba explicar o porquê que continua a estar bem.
Até já lhe disse que essa é a beleza dos desenhos, porque se fosse para os trabalhos ficarem todos iguais então usavam a fotografia.
Ainda não tive oportunidade de falar com a educadora, mas tenho andado intrigada com este assunto e tenho que conseguir falar com ela sobre isto antes das férias. Custa-me a crer que ela pense assim, mas tenho que tirar esta história a limpo e com sorte ainda lhe mostro o vídeo ��

sof* disse...

Nós por acaso não temos mesmo razão de queixa e/ou preocupação tanto com a professora de agora como das educadoras do passado, mas tenho ouvido histórias sobre este tipo de "encarneiramento" que me deixa preocupada. Na minha opinião, os professores, para além de guiarem os alunos na parte teórica, também devem estimular a criatividade de modo a que esta perdure o máximo de tempo possível. Parece-me é que uma grande parte dos adultos deixou a criatividade na infância e acomodaram-se aos pré-conceitos que fazem as sociedades :(

Tira isso a limpo e partilha a tua visão com a educadora, pode ser que lhe despertes algo esquecido ;)

bjs

Tica disse...

Eu reparo nisso nos desenhos da sara e às vezes pergunto porque pinta o céu de preto ou verde. Ela responde que é porque quer, eu na minha ingenuidade, digo está bem querida, no teu desenho escolhes tu a cor que quiseres. Na escola sei que não condicionam a criatividade, pelo contrário, são super estimulados e demais para o meu gosto, porque tendem a repetir em casa, tenho de estar sempre a dizer que certas coisas só podem fazer na escola. ex: colocar muitaaa fita cola numa maçaneta, entre outras. Já me veio para casa com o cabelo vermelho vê lá :D