9 de fevereiro de 2010

O Medo

Desde que começa a aventura de ser pai, começa o medo miudinho de que algo possa fugir ao nosso controlo. Que a nossa criança adoeça, que sinta a nossa falta, que se rodeie de pessoas más, eu sei lá mais o quê. O pouco dinheiro que hoje se ganha faz com que tenhamos que trabalhar mais horas, mais longe e muitas vezes em piores condições, felizmente não é o nosso caso, porém sofremos do problema do dia não ter mais do que 24 horas. O pouco tempo disponível é, quanto a mim, um dos principais causadores de estragos familiares e sociais dos nossos dias. Torna-nos irritadiços, stressados por não conseguirmos fazer tudo o que há para fazer em casa, não temos pachorra para putos birrentos e isso leva a que muitas vezes se diga "sim" quando o mais correcto seria dizer "não". Vejo muitos casos, leio outros, de putos que já ultrapassaram a barreira de falar torto aos pais e adultos em geral, para passarem às agressões físicas e até psicológicas. Sim, muitos de nós só têm dinheiro para ter um filho, temos que os estimar, fazer de tudo para os proteger, mas os cachopos não são de vidro e não vão ficar a amargurar se lhes chegarmos a roupa ao pêlo ou lhes dissermos "não" com firmeza. Já diz um queriducho que nos é próximo que "uma criança sem limites é uma criança infeliz". A Tica mandou-me uma crónica da Visão parecida com esta e por esses e outros casos semelhantes eu aconselho novamente este livro para que em momentos de decisões difíceis termos algum "suporte".

Noto também que ficamos cada vez mais alarmados por as nossas crianças ficarem doentes com coisas básicas como dores de garganta ou narizes gotejantes. Os medicamentos estão aí, são de fácil acesso e é tão simples calar uma criança que chora só porque tem dores de barriga. Pessoalmente não me posso queixar, a Leonor poucas cólicas sofreu e as que teve nunca foram medicadas; neste momento está constipada (pela 2ª vez desde que nasceu) e hesito muito em dar-lhe qualquer coisa. Confio no seu sistema imunitário assim como confio no meu, tento não entrar em pânico e lembro-me sempre que uma urgência hospitalar é sempre pior do que estar aqui em casa... Li recentemente esta notícia do Público e não podia estar mais de acordo.

Somos uns ansiosos, eu sou pelo menos... Mas garanto-vos que estou a trabalhar no sentido de ser mais relaxada porém nunca perdendo o Norte da educação e bons princípios.

6 comentários:

oitooitenta disse...

muy bien!

Ana disse...

Não costumo ser mto alarmista. Se vejo sorrir a minha filhota fico sempre "consolada". Mas por vezes pregam-nos pequenos sustos.
Em relação a filhos agredirem os pais verbalmente e fisicamente.... tenho um vizinho adolescente que meia volta... discussão e sabe-se lá mais o qu~e. Já estive, inclusive, por um triz, para bater na porta deles. Enfim....

Ana disse...

É verdade. Relativamente ao livro... já o tinhas indicado e já o estou a ler.
Kisses

MarianaS disse...

Sábias palavras... assino por baixo.
Continuação de bom trabalho!
Bj

MarianaS disse...

Ah, e já agora, esse tb é o meu livro de leituras do metro...

karu disse...

Boa boa!