2 de setembro de 2016

Regressar às rotinas


Lentamente estamos a retomar as nossas rotinas.
A escola do mais novo já começou, mudou de sala e no meio de tanta excitação "o fim das férias" passou um pouco para segundo plano. Foi agosto todo em casa, um verão cheio de animação e programas familiares bons, muita praia, muito passeio e assim quase que de repente Puff, acabou-se. Não chorou no primeiro dia, mas é provável que comece o mimo a qualquer momento.
Ela ainda ficará mais uns dias connosco, de manhã no escritório fazendo a revisão das fichas que ficaram por fazer e à tarde com a avó. O ballet começa já, passados uns dias começa a escola e só depois virá o conservatório.

Tenho para mim que este ano o bicho vai pegar!!!

Estamos ainda um pouco na expectativa porque não temos os horários todos mas já andamos a ganhar fôlego para aquilo que parece ser um ano de muita atividade, muita correria, datas para fixar, muita coisa nova para aprender (todos cá em casa incluídos!). Antevendo a espécie de temporal escolar que aí vem, acho que posso avançar que "não vejo a hora de chegar a julho"!! :D Embora haja muita excitação das crianças perante o ballet, a música, a piscina, da nossa parte a esse entusiasmo também se junta a preocupação de sobrecarregar os miúdos; julgo que será uma preocupação transversal à maioria dos pais. Queremos que os nossos filhos tenham uma infância divertida, saudável e culta, achamos que tão importante como aprender matemática é aprender música ou praticar um desporto correctamente. Se por um lado achamos incrível como há crianças com agendas mais lotadas do que as dos pais e nos perguntamos "quando brincam estas crianças?" por outro lado achamos que uma vida após a escola demasiado livre também poderá tornar os alunos (de um modo geral) mais relaxados relativamente ao estudo e até à escola. Falo por mim, sempre, e dou um exemplo.
Quando eu andava a estudar havia uma rapariga na minha turma que andava na música e não morava propriamente ao virar da esquina, tinha de apanhar o autocarro e andava sempre de um lado para o outro. Deu-me sempre a ideia de que era bastante ocupada e era a mais inteligente da turma, tinha sempre boas notas, era muito atenciosa para com o resto dos colegas e dava explicações do que fosse preciso a quem precisasse. Era fantástica e foi para o curso que quis e acabou-o dentro do tempo mínimo exigido. Tudo isto sempre com os compromissos que tinha fora da escola, resultado, o tempo dela estaria sempre muito preenchido, ela feliz tenho a certeza, prestava atenção às aulas, estudava o necessário de forma eficiente e no fim fazia tudo bem feito. Eu, saía da escola, não tinha outra obrigação senão estudar, não tinha atividades extra-curriculares nem compromissos periódicos que me obrigassem a manter uma rotina horária apertada. Sempre fui uma aluna média, podia ter sido excelente, mas ficava um bocado a ver a banda a passar... O meu marido é da mesma opinião que eu, se calhar se tivesse tido horários mais apertados teria sido mais organizado, mais eficiente e igualmente feliz e realizado.
Há tempos, em conversa com uma amiga, dizia-me ela que as raparigas na academia andavam sempre muito ocupadas com as atividades delas e que as suas brincadeiras ou tempos livres acabavam por ser vividas em balneários ou viagens de eventos e que na verdade elas eram muito felizes e companheiras. Ela tinha a certeza que via aquelas miúdas (adolescentes) realizadas, preenchidas, brilhantes em várias áreas mas sobretudo muito felizes.

É isto que queremos para os nossos filhos, que tenham vidas preenchidas, que lhes forneçam boas bases para conseguirem gerir o tempo livre (super importante!), que lhes forneçam boas bases para tirarem o melhor proveito da escola oficial (super importante também!). Claro que estamos preparados para os momentos em que ele não vai querer ir para a piscina, ou que ela não vai querer vestir o fato do ballet, faz parte. A nós também nos apetecia fazer gazeta às nossas obrigações, sei lá, olha não me apetece fazer-te o jantar filho...

O que tem de ser, tem muita força e vamos lá ver onde vamos buscar a energia e tenacidade para lidar com esta nova rotina. No fim, queremos vê-los superar os níveis que iniciaram, ver saltos de alegria por ouvirem palmas e sentir que afinal valeu a pena.

Um bom ano lectivo para todos, alunos e pais!


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