Já vos disse que detesto os "dias de"?
O que mais me agonia é o Dia dos Namorados, com todo aquele cor-de-rosa que não se aguenta, os restaurantes cheios e gente maluca à procura da prendinha obrigatória, as histórias que já ouvi de namoradas amuadas... não posso mesmo com isso...
Depois seguem-se o Dia da Mãe e o Dia do Pai, que desde pequena achei uma pressão muito grande para quem não tem nem pai nem mãe. Mais uma vez lá vem o comércio em peso acenar com perfumes e berbequins e coisas que supostamente interessam os pais e mães "padrão". Entretanto há uns anos apercebi-me que existia o Dia dos Avós, quase tão mau como os anteriores, sempre me soou a uma invenção de última hora para sacar mais uns dinheiros ao pessoal. Eu não sou daquelas que só telefona nos dias temáticos, é algo com o qual não me identifico e que sinceramente faz mal a muita gente pelas "obrigações" que gera e pelas ausências eventualmente sentidas.
Tudo isto para dizer que hoje excluí NOVAMENTE a minha pobre filha, coitadinha, que não tinha os avós para participarem no programa avós-netos na creche. Mas que diabo, já não chega a prendinha amorosa, também temos que fazer desenhos e cantar umas músicas e mais não sei o quê na companhia dos avós?... Felizmente a minha filha tem quatro avós que a amam loucamente, mas por circunstâncias da vida estão longe e bastante ocupados para estarem presentes a meio da tarde de um dia de semana na escolita da miúda. A experiência da festa de Natal passada, fez-me crer que não havia necessidade da minha filha ficar sem companhia familiar e olhar para os outros miúdos com os respectivos avós. Não ía ser fofinho, nem produtivo, nem nada que eu considere positivo. Fui buscá-la bem mais cedo do que o costume, feliz de mim que agora tenho uma vida nova e me posso dar a este pequeno luxo.
Por descargo de consciência telefonei à minha única avó...
6 comentários:
Nesta exclusão estou contigo. Confesso que também não vou à bola com muitos destes dias temáticos (passei a gostar do dia da mãe, pode ser foleiro mas sinto-me bem nesse dia).
Este dia dos avós também só conheço há uns 3 ou 4 anos, antes nunca tinha ouvido falar. Na escola da minha a festa nem sequer seria hoje, irá ser sexta. Não me parece...
Também vou buscá-la mais cedo. Já lhe disse que se não estiver vento vamos até à praia :)
Concordo plenamente!
"para estarem presentes a meio da tarde de um dia de semana na escolita da miúda", pois quem não pode ou não tem, que fique a chorar no canto... não havia necessidade... e explicar às crianças? façam estas tretas ao sábado, assim vai quem quer... quem não quer ou não pode, não está lá para ficar triste.
Eu sou uma pirosa. Adoro os dias temáticos todos.
É claro que não devia ser apenas nesse dia do ano que damos valor aos avós, crianças, mulheres, namorados, piriquito e coelho. Mas a expressão "o dia da criança/pai/mãe/etc devia ser todos os dias" é uma utopia. Logo, daí que ache justo valorizar em dias independentes.
Infelizmente já não posso apreciar o dia da mãe na sua plenitude há largos anos, mas confesso que desde que tenho a batata-frita-pequena esse dia tem outro sabor.
Isso da exclusão é algo de muito relativo. Então e uma criança filha adoptiva de pais do mesmo sexo também se vão sentir tristes no dia da mãe ou do pai?
Totalmente de acordo :) Eu não diria melhor!!
É muito chato, realmente. Para quem não tem avós, ou quem tem avós que não podem estar presentes, é muito mau ficar a olhar para os outros meninos a brincar com eles... Já nos dias da mãe e do pai há esse problema: e os pais que não podem mesmo mesmo ir? Lá terão os meninos de ficar todos tristes porque os pais dos outros estão lá e os deles não...
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