26 de julho de 2011

O poder da exclusão (parte II) - Dia dos Avós

Já vos disse que detesto os "dias de"?
O que mais me agonia é o Dia dos Namorados, com todo aquele cor-de-rosa que não se aguenta, os restaurantes cheios e gente maluca à procura da prendinha obrigatória, as histórias que já ouvi de namoradas amuadas... não posso mesmo com isso...
Depois seguem-se o Dia da Mãe e o Dia do Pai, que desde pequena achei uma pressão muito grande para quem não tem nem pai nem mãe. Mais uma vez lá vem o comércio em peso acenar com perfumes e berbequins e coisas que supostamente interessam os pais e mães "padrão". Entretanto há uns anos apercebi-me que existia o Dia dos Avós, quase tão mau como os anteriores, sempre me soou a uma invenção de última hora para sacar mais uns dinheiros ao pessoal. Eu não sou daquelas que só telefona nos dias temáticos, é algo com o qual não me identifico e que sinceramente faz mal a muita gente pelas "obrigações" que gera e pelas ausências eventualmente sentidas.

Tudo isto para dizer que hoje excluí NOVAMENTE a minha pobre filha, coitadinha, que não tinha os avós para participarem no programa avós-netos na creche. Mas que diabo, já não chega a prendinha amorosa, também temos que fazer desenhos e cantar umas músicas e mais não sei o quê na companhia dos avós?... Felizmente a minha filha tem quatro avós que a amam loucamente, mas por circunstâncias da vida estão longe e bastante ocupados para estarem presentes a meio da tarde de um dia de semana na escolita da miúda. A experiência da festa de Natal passada, fez-me crer que não havia necessidade da minha filha ficar sem companhia familiar e olhar para os outros miúdos com os respectivos avós. Não ía ser fofinho, nem produtivo, nem nada que eu considere positivo. Fui buscá-la bem mais cedo do que o costume, feliz de mim que agora tenho uma vida nova e me posso dar a este pequeno luxo.

Por descargo de consciência telefonei à minha única avó...

6 comentários:

Marta disse...

Nesta exclusão estou contigo. Confesso que também não vou à bola com muitos destes dias temáticos (passei a gostar do dia da mãe, pode ser foleiro mas sinto-me bem nesse dia).
Este dia dos avós também só conheço há uns 3 ou 4 anos, antes nunca tinha ouvido falar. Na escola da minha a festa nem sequer seria hoje, irá ser sexta. Não me parece...
Também vou buscá-la mais cedo. Já lhe disse que se não estiver vento vamos até à praia :)

Lena disse...

Concordo plenamente!

Tica disse...

"para estarem presentes a meio da tarde de um dia de semana na escolita da miúda", pois quem não pode ou não tem, que fique a chorar no canto... não havia necessidade... e explicar às crianças? façam estas tretas ao sábado, assim vai quem quer... quem não quer ou não pode, não está lá para ficar triste.

batata-frita-mãe disse...

Eu sou uma pirosa. Adoro os dias temáticos todos.
É claro que não devia ser apenas nesse dia do ano que damos valor aos avós, crianças, mulheres, namorados, piriquito e coelho. Mas a expressão "o dia da criança/pai/mãe/etc devia ser todos os dias" é uma utopia. Logo, daí que ache justo valorizar em dias independentes.
Infelizmente já não posso apreciar o dia da mãe na sua plenitude há largos anos, mas confesso que desde que tenho a batata-frita-pequena esse dia tem outro sabor.
Isso da exclusão é algo de muito relativo. Então e uma criança filha adoptiva de pais do mesmo sexo também se vão sentir tristes no dia da mãe ou do pai?

celine disse...

Totalmente de acordo :) Eu não diria melhor!!

charlote disse...

É muito chato, realmente. Para quem não tem avós, ou quem tem avós que não podem estar presentes, é muito mau ficar a olhar para os outros meninos a brincar com eles... Já nos dias da mãe e do pai há esse problema: e os pais que não podem mesmo mesmo ir? Lá terão os meninos de ficar todos tristes porque os pais dos outros estão lá e os deles não...