26 de outubro de 2016

Por aqui...

Bem, por aqui temos andado em velocidade cruzeiro e mal chega a hora de me sentar no sofá é quase certo que adormeça. Mas vá, hoje venho só aqui dizer que já conseguimos sobreviver a quase 3 semanas de atividades e conservatório das crianças e que embora os primeiros momentos tivessem sido de caos, agora já está tudo menos caótico e as crianças estão muito contentes nestas vidas.

O mais novo, após meses de pressão, foi finalmente para a natação. A pressão era do lado dele, atenção! Ele não falava noutra coisa há milhões de anos e então chegou o momento e o rapaz anda todo contente no seu nível Estrela do Mar a fazer bolhinhas na água. Esta é a "atividade dos rapazes", é o pai que leva sempre o seu infante à piscina e a mim tem-me tocado o capítulo Conservatório/Ballet. Basicamente não temos muita margem de manobra no que toca ao tempo e se não temos cuidado a nossa organização pode descambar, mas não falemos nisso, concentremo-nos apenas nos aspectos positivos e maravilhosos.

Isto aqui em casa agora só dá violoncelo, passos de ballet e "mergulhos" no sofá e banheira. Entretanto começaram os testes da mais velha e ela mostra-se beeeeem mais focada e despachada e sobretudo consciente de que consegue fazer muitas coisas bem feitas. Acho que ela ter tomado essa consciência está a ser fundamental para este ano termos muito menos dramas na altura de fazer os TPCs. Quando me diziam que tudo ia melhorar, confesso que tinha muitas reservas mas hoje posso dizer que tudo tem o seu tempo e que temos mesmo de confiar na criança e dar-lhe espaço. Ainda estamos a construir o nosso caminho, mas parece-me que a coisa está muito melhor.

Eles SÓ falam no Halloween, e se há poucos anos eu dizia logo Vá de Reto!, agora sinceramente já nem quero saber. Para eles isto é carnaval, até me falam no carnaval que é dia 31 tal é a confusão na cabeça do mais novo, eu cá já só penso é no feriado...

Aproveito também para vos sugerir o meu singelo Guest Post no Eu, Mãe com mais uma ida ao museu!

17 de outubro de 2016

Sair ou fazer os TPCs?


Acho que todos os dias vejo uma notícia ou um artigo sobre a questão dos trabalhos de casa, se são muitos, se são inexistentes, se há ou não proveito efetivo em fazê-los... Daquilo que é a nossa experiência, achamos que são um bom indicador daquilo que as crianças andam a aprender nas aulas, mas quando são demasiados ou quando são "parvos*", aí o resultado é muito mau. Imagino que muita gente já terá passado pela experiência de gritar com os filhos ou de os apressar para conseguirem fazer tudo para que possam brincar ou para fazer outras tarefas tipo tomar banho ou jantar!


Volto a frisar que a nossa experiência de TPC é boa, nem muitos nem poucos e com folgas durante a semana. Agora no segundo ano, a nossa filha começa (finalmente) a ver a grande vantagem de fazer as coisas depressa, pode brincar ou fazer o que lhe der na real gana, para além de desfrutar das suas atividades extra-curriculares com a mente descansada. Os trabalhos dos fins-de-semana são feitos quase sempre à sexta-feira e depois o sábado e domingo são dedicados ao ócio.


Ainda recordando o fim-de-semana em que fomos a Sintra, informei a professora da possibilidade dos TPCs não ficarem todos feitos. Avisei que íamos viajar em família, visitar museus e que a minha filha faria o que conseguisse e que depois recuperava durante a semana seguinte. E assim foi, calhou de nesse fim-de-semana ela ter de fazer um pouco mais do que o habitual e deixou uma parte por acabar. A professora não se incomodou, pelo contrário.


Durante as nossas visitas tivemos imensos momentos em que as crianças andaram a estudar, conversaram muito entre si, as mais velhas sempre juntas e os mais pequenos também sempre um com o outro. Cada um com o seu mapa que fizeram sempre questão de ter, um para cada um, nem fomos nós que impingimos. De vez em quando lá tiravam uma ou outra dúvida mas faziam as leituras à sua maneira e dava gosto ver. As mais velhas adoraram o Palácio da Pena, ficaram com uma ideia real de como era a vida no tempo da monarquia, tudo era espetacular, as loiças, o papel de parede, as talhas, as legendas eram lidas com interesse e para nós foi mesmo gratificante ver que não estavam a apanhar seca, que é algo que por vezes se pode pensar de um museu deste género. Porque não é interativo, porque não é moderno, porque retrata um tempo tão desfasado, mas na verdade as crianças gostam de imaginar outras eras, e para compreender o presente têm necessariamente de ir ao passado (pelo menos eu acho que sim).


Tudo isto para dizer o quê? Digo então que na nossa opinião e experiência, vale a pena sacrificar o dever escolar para desfrutar de tempo em família de qualidade e acho também que se devem conversar estas questões com os professores. Não fazer os deveres não significa necessariamente desleixo ou desinteresse, muito pelo contrário, acho que é uma boa oportunidade para explicar tanto ao professor como ao aluno a vantagem que é fazer opções e que as mesmas se traduzam em outras aprendizagens. Porque não?








** por trabalhos "parvos" entendo aqueles deveres que a criança não aprende nada, que são atribuídos nem sei bem porquê, serão só para manter a criança mais um pouco presa a uma cadeira? Temos pouco disso por cá, mas reconheço que há exercícios bem mais importantes e formativos do que outros...

16 de outubro de 2016

Violoncelo - uma nova etapa


Estas fotografias foram tiradas exactamente com 7 anos de diferença. No dia em que ela completou dois meses tirei a fotografia da esquerda e se me dissessem que passados exatamente 7 anos ela iria estar em êxtase por receber o seu primeiro violoncelo eu jamais acreditaria. É realmente espantoso o quão evolui um ser humano num espaço tão curto de tempo. Aprende a comunicar, a comer, andar, correr, juntar objectos, interagir com os seus pares, ler, escrever, pensar e apreciar as artes. É muito bom poder proporcionar e vivenciar todos estes pormenores. Cá estaremos para mais uma fase que parece ser muito desafiante e que vamos fazer os possíveis para estar à altura.

A todos os que nos ajudaram a encontrar um violoncelo, o nosso muito obrigado! É um instrumento espantoso.

13 de outubro de 2016

Passeámos por Sintra


Quando estivemos por Mafra, fomos passear a Sintra e escolhemos a Quinta da Regaleira como o nosso primeiro destino. Nenhum de nós conhecia a quinta e eu até tinha a ideia de que seria mais pequena e que se veria depressa e que por isso será ideal visitá-la antes do almoço. Na verdade, a Quinta da Regaleira é enorme e cheia de pormenores maravilhosos, vimos quase quase tudo e o que vimos gostámos imenso. A minha maior curiosidade eram os jardins e o Poço Iniciático e realmente não desiludiram. Por todo o lado eram plantas maravilhosas, uma floresta verde, cheia de cascatas, lagos, pontes, caminhos secretos e túneis que nos confundiam mesmo com os mapas. Nós adultos gostámos mesmo muito e as crianças adoraram, correram imenso por todo o lado e raramente mostraram receio de enveredar por um ou outro caminho.

Seguramente que levar as crianças a esta quinta é uma aposta ganha, todos eles eram caras de espanto, olha isto, olha aquilo, somos princesas, somos exploradores. A escuridão pode parecer um pouco assustadora mas ver as crianças vencer os seus receios é muito bom e só por isso vale a pena a vista.


No meio da escuridão surgiam novas entradas no túnel principal, e depois foi a subida do poço. Foi a parte de que mais gostei. Fazer aquela subida em direção ao céu, ter a sensação de sermos sugados para o fundo é muito forte porque a perspetiva é acentuada porque efetivamente a base do poço é mais estreita do que o topo, como se fosse realmente um búzio invertido (dizia num painel explicativo no palácio).

Infelizmente à medida que vou ficando mais velha, intensifica-se a minha sensação de pânico das alturas. Há uns anos não era nada assim e isso faz com que desfrute menos destas experiências, no entanto e apesar de não conseguir fotografar com calma, vale muito a pena subir estruturas destas.


Por toda a quinta há vestígios maçónicos mas também católicos e provavelmente até de outras crenças mas que certamente me terão passado ao lado porque não sou dada a esses conhecimentos. Os que reconheci valem a pena apreciar.




Para terminar a Quinta fomos ao palácio onde pudemos ler mais informações sobre todos os espaços onde pude fotografar os mais pequenos a explorar o esquema do poço iniciático compreendendo perfeitamente onde andámos! Só por este pequeno momento achei que o nosso passeio valeu a pena.

***


Depois do almoço fomos ao Palácio da Pena, nós já conhecíamos mas os avós, cunhados e miúdos ainda não. Mesmo já lá tendo ido, vemos sempre as coisas com outros olhos e desta vez até me pareceu que o palácio estava ainda mais bonito, com as cores ainda mais vibrantes e é sempre bom ver que há investimento no restauro das salas (havia uma ou outra em trabalhos) e por isso mesmo há zonas onde passámos que me pareceram que ainda não as tinha visto.

Logo no início ficámos a observar o Tritão e todos os pormenores marítimos deste portão, as miúdas mais velhas ficaram fascinadas e fizeram imensas perguntas, aproximavam-se, afastavam-se para ver melhor - muito giro.


A paisagem é o que é, juntar as cores do palácio fica o máximo.


Adoro ver as crianças analisar, contemplar. Foram várias as ocasiões que os apanhei a todos parados, a observar e conversar entre eles, estavam efetivamente a estudar e a aprender imenso!



(e aqueles garrafões? ;)))) )









Este foi sem dúvida um dos passeios em família que mais gostei de fazer. Passadas duas semanas os miúdos continuam a perguntar quando voltamos à Aldeia da Mata Pequena, à Pena e ao Poço. Viajar é sem dúvida o melhor investimento que se pode fazer, jamais é um gasto.

Bob Dylan o Nobel da Literatura de 2016



Que agradável surpresa!!
Notícia aqui.

12 de outubro de 2016

Violoncelo 1/2 procura-se



Caras pessoas que me lêem, se tiverem por casa um violoncelo 1/2 que esteja encostado ou que esteja para deixar de servir, falem comigo. Procuramos um violoncelo em segunda mão para iniciação.
Se esse violoncelo estiver por aí entre Viana do Castelo, Porto, Braga, Aveiro, Viseu ou Coimbra, digam-me alguma coisa, sim!

Aquisição imediata.

Obrigada ;)

6 de outubro de 2016

Aldeia da Mata Pequena - o regresso!



Por esta altura, há precisamente seis anos, fomos os três a Mafra passar os primeiros dias de Outubro. Naquela época (parece que foi há um século) éramos só três e fomos à Aldeia da Mata Pequena. Gostámos tanto que tivemos logo a certeza de que regressaríamos e fomos agora cumprir a nossa promessa. Chegámos era já hora de jantar, as crianças não sabiam ao que íam, trouxemos connosco as primas, tios e avós do Minho - éramos dez à espera de um fim-de-semana diferente.

Apesar de ser já noite, as crianças ficaram imediatamente num estado de loucura total (parece que andam sempre assim, mas é mesmo verdade). Mal entrámos na nossa casinha nunca mais tivemos mãos neles, a Tatiana que nos recebeu, explicava-nos onde estavam as coisas e eles só subiam e desciam as escadas e gritavam "olha isto, olha aquilo, tem escadas, tem janelas, tem portão, está aqui um gatinho" parecia que timos aterrado em Marte. Só os conseguimos deitar pelas onze da noite, dormiram todos juntos no mesmo quarto, nós ao lado, os tios em baixo e os avós sossegadamente numa casa ao lado.


Na manhã seguinte largámos as crianças à vontade, ali não havia trânsito que nos preocupasse e já estava combinado que as crianças iriam ajudar a dar de comer aos animais da aldeia. Há uma mini quinta, com um burro, patos, galinhas, cabras, um porco, um pavão e vários gatos que andam sempre à nossa volta. Os porquinhos da Índia foram mega-sucesso entre os miúdos e não havia nada que não nos pedissem para fazer vezes sem conta. 



A aldeia há seis anos já era gira, mas agora está ainda mais depois de mais alguns melhoramentos. Conseguiram retirar os postes de iluminação de cimento e colocar uns antigos de ferro pintado, substituíram o alcatrão da rua por calçada e lajes centrais e adquiriram mais casas para alojamentos. Tudo sempre decorado com artigos de época originais e que tornam o conjunto espetacular. As crianças pareciam que estavam numa história da carochinha, entravam em todos os pátios, cumprimentavam toda a gente, só corriam e estiveram verdadeiramente livres. Houve momentos em que não sabíamos mesmo onde andavam tal era a nossa descontração.








Na primeira noite jantámos em casa e na segunda reservámos mesa na Tasquinha do Gil, na aldeia. As crianças gostaram imenso, jogaram a roda da sorte e deliciamo-nos todos com as várias tapas que nos serviram. Durante o dia andámos por Sintra, mas isso ficará para outro post ;)
Já aguardamos com expectativa a próxima visita à Mata Pequena! Se não conhecem este cantinho maravilhoso, não deixem de passar aqui um fim-de-semana é perfeito para grupos que gostam de aproveitar a natureza e a simplicidade do campo e que em menos de meia hora se pode visitar Lisboa, Sintra, Ericeira, Mafra com tudo de espetacular que estas opções têm a oferecer.



4 de outubro de 2016

E deixa-los sozinhos em casa?


Ainda a propósito do post anterior, sobre a autonomia das crianças, a Susana comentou que lhe custa deixar a filhas em casa sozinhas. Ora depois de ler o seu comentário, dei-me conta da grande lacuna que o meu post anterior deixou. Sem dúvida que uma das maiores provas de responsabilidade que uma criança pode dar é a de conseguir ficar sozinha em casa por breves momentos. Confesso que antes de destrancar a porta do carro (que ainda não o fizemos) ou deixar a criança brincar sozinha no parque, já deixei a minha filha mais velha sozinha em casa.

Recordo-me do dia em que fizemos o teste piloto, o primeiro, a nossa estreia. Ela teria uns 5 anos e disse-lhe que ia por o lixo e que ela iria ficar um bocadinho sozinha mas que me podia ver através da janela da cozinha (que ela não conseguia abrir). Para meu espanto e após algum receio inicial dela, ela concordou em ficar um bocadinho sozinha. Disse-lhe que seria uma jogo sobre coragem e que ela veria que ia superá-lo e assim foi. Quando cheguei a casa ela viu que realmente foi muito rápido e que nem teve tempo para ter medo! Ficou muito contente e eu aliviada por não ter caído na rua ou algo do género.

Depois deste episódio deixei-a mais uma ou outra vez para ir buscar o irmão mais novo à escola. É um tempo mais prolongado, mas correu sempre tudo bem e normalmente ou fica a ver TV ou faz os trabalhos de casa. Embora eu ocasionalmente deixe a minha filha sozinha em casa, isso já não acontece com o irmão mais novo, nem tão pouco quando estão os dois juntos. Julgo que não há ainda condições para que este passo seja dado porque uma criança de 4 anos é muito imprevisível e pode assustar-se e consequentemente assustar a mais velha e daí às coisas correrem muito mal é um passo minúsculo. Não há necessidade.

Aqui vem mais uma vez a questão da necessidade em oposição à independência da criança. Não tendo eu necessidade de deixar os meus filhos sozinhos, porque efetivamente os posso levar comigo, na verdade acho que em algumas situações em que eu veja que estão reunidas algumas condições especiais, posso com alguma margem de confiança, deixar a minha filha mais velha à sua responsabilidade. Custa e enerva bastante a primeira ou segunda vez, mas depois, o elo de confiança compensa o risco, risco esse bem assumido e controlado dentro do possível.