Andava eu na minha outra vidinha, aquela em que tinha que bater com o dedo na máquina e fazer "pi", quando já bem grávida e com grandes sessões de ciática devida, em muito, às duas horas diárias de comboio, pedi para me reduzirem o horário de trabalho para metade.
"- Ui!! Não, que não, aqui nunca ninguém teve semelhante ideia! Mas que giro, mas não."
Eu não estava mal dos bracinhos, nem da cabecita, apenas sentia-me fatigada e precisava de mais umas horitas sossegada. Resultado - baixa.
Se eu tivesse feito as minhas obrigações em part-time teria aguentado certamente até à semana do parto, estava porreira, mas assim, sem qualquer flexibilidade da outra parte, eu também não podia ser flexível comigo mesma, lá vim eu para casa descansar os costados.
Passados seis meses regressei, não regressei a mesma, tudo me parecia muito parvo, muito desnecessário, tudo era distante e frio e quente e pateta. Passados outros seis meses perguntei se haveria hipótese, ainda que remota, de ajustarem o meu horário de trabalho: "Eu quero prescindir da minha 1:30 de almoço para sair mais cedo"; "AHAHAH que gira! Aqui ninguém mexe na hora de almoço, sairás como os outros meninos, à hora do costume."
Despedi-me passados 3 meses. Ganhei uma vida nova, em que trabalho mais horas, mas sou dona do meu chão. Picar o ponto - JAMAIS!
- Mais um desafio blogosférico, aceite! Para ver mais testemunhos contra-tempos é favor ver o seguinte link:
Apanhada na Curva
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